(Foto: Taiguara Rangel/G1)
As regiões do Cariri, Curimataú e Sertão da Paraíba são as mais atingidas pela seca que atinge o estado e registraram 62% abaixo da média histórica no seu período chuvoso, que é de 1.880 milímetros no somatório das três regiões. Entre fevereiro e maio, a análise da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa-PB) constatou que o Alto Sertão ficou 48,6% abaixo da média, o Cariri/Curimataú registrou menos 78,9% e o Sertão com 58,7% inferior ao índice histórico de chuvas.
O homem e o gado lutam pela sobrevivência em uma das secas mais rigorosas dos últimos 30 anos na Paraíba, segundo os agricultores. Os cadáveres e ossadas dos bichos mortos de fome e sede acumulados nas estradas chegam a formar cemitérios de animais a céu aberto no Sertão do estado. Quase dois milhões de paraibanos sofrem com a falta de comida e o racionamento de água e muitas vezes tiram do próprio sustento para a sobrevivência dos animais.
Este é um dos retratos da seca que afeta os nordestinos. Na zona rural de Monteiro, no Cariri do estado, a agricultora Helena Deodato da Silva mora há mais de 40 anos no sítio Várzea Limpa. 'Dona Deló', como é mais conhecida na região, tem 77 anos e sobrevive graças à ajuda de vizinhos. Com o que resta de esperança, ela aguarda a chegada chuva.
Apesar dos espinhos do Mandacaru, Dona Deló
agradece o cactáceo oferecido por vizinhos
(Foto: Taiguara Rangel/G1)
A torturante rotina da idosa se estende desde o início do ano. A
plantação está deserta onde antes havia apenas alguns pés de palma.
“Seca igual a essa eu nunca enfrentei, porque antes tinha pelo menos
algo para dar aos bichos. A última chuva na região foi em fevereiro, de
lá para cá nem um pingo caiu. Por isso a gente não tem mais nem palma
sobrevivendo nesse sol e nem consegue plantar nada porque não dá. Os
vizinhos de vez em quando me ajudam. Me deram esse mandacaru, estou
capinando ele para retirar os espinhos e dar ao gado”, contou a
agricultora.
agradece o cactáceo oferecido por vizinhos
(Foto: Taiguara Rangel/G1)
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