Agricultores de Caraúbas, no Rio Grande do Norte, estão se recusando a
receber as cisternas de plástico polietileno oferecidas pelo governo.
Eles alegam que o material não resiste ao calor do sertão.
Para fazer as atividades domésticas, a agricultora Edilúcia Arcanjo
precisa armazenar água em toneis e potes já que não há cisterna na área
onde mora, em uma comunidade rural de Caraúbas, no oeste do Rio Grande
do Norte.
Para atender às regiões que sofrem com estiagem prolongada foi
instituído o programa Água para Todos, do governo federal. O objetivo é
implantar 750 mil cisternas até 2014. Originalmente, as cisternas eram
feitas de placa. Mas nos últimos anos começaram a ser distribuídas
também cisternas de polietileno. O problema é que algumas peças
instaladas em diversos estados do Nordeste apresentaram defeito.
Trezentas e cinquenta e oito famílias da região oeste do Rio Grande do
Norte foram cadastradas pra receber as cisternas de polietileno, mas já
sabendo dos problemas apresentados, os agricultores se recusaram a
receber os reservatórios. Com isso, as cisternas que viriam para a
região potiguar estão sem destino.
A agricultora Ilma Maria é representante de uma comunidade de moradores
que se recusou a receber as cisternas. Segundo ela, os agricultores
querem receber reservatórios feitos de placa.
O prefeito de Caraúbas Alcivan Viana enviou à Fundação Nacional de
Saúde (Funasa) um documento em que pede a suspensão da entrega das 278
cisternas de polietileno destinadas ao município.
“O técnico da Funasa fará a opção dependendo da questão topográfica, da
dificuldade de acesso na região, da dificuldade de implantação da
escalação do tipo de terreno. Na hora em que se deparar com essas
situações, essa decisão será tomada no nível local, podendo ter tanto a
de placa quanto a de polietileno. Nós não fazemos essa opção
premeditadamente na fundação. Nós temos dois modelos de execução que nos
servem desde que sejam bem executados e forneçam à população uma
condição mínima de vida”, diz Ruy Barreira, diretor de engenharia da
Funasa.
Onze municípios do Rio Grande do Norte devem receber as cisternas de polietileno da Funasa.
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