sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Regulação reduz macas nos corredores

A intervenção na porta de entrada do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, dentro do projeto de Regulação Ativa das Emergências Médicas, tem reflexo direto nos corredores: quase não há macas e pacientes padecendo à espera de leitos. O vazio em um dos corredores - que deveria ser habitual - gera estranheza, frente ao histórico de superlotação do maior hospital de urgência e emergências do Estado. No outro corredor, poucas internações improvisadas. A mudança foi possível por meio de uma ação, à primeira vista simples: organizar quem entra e fica na unidade. A regulação é feita pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Metropolitano, em parceria com a direção do Hospital e da Coordenadoria de Hospitais (Cohur).
Aldair DantasO corredor, onde antes ficavam as macas com os pacientes à espera de atendimento de traumato-ortopedia, está praticamente vazioO corredor, onde antes ficavam as macas com os pacientes à espera de atendimento de traumato-ortopedia, está praticamente vazio

Em três dias de ação, a redução é significativa: 50% a menos. Para ter ideia, na segunda-feira, dia 13, quando foi iniciada a ação foram atendidos 303 pacientes - dentro da média de 350 atendimentos/dia - e 93 macas estavam ocupadas, contando com as de ambulância e do Samu que ficavam presas. Na tarde de ontem, até às 16h, foram 138 atendimentos gerais. Outros 31 pacientes aguardava a liberação de leitos internos ou na rede conveniada para ser transferidos. Na emergência clínica, 17 pacientes entubados e com ventilação mecânica esperavam por leitos de UTI.

Os 280 leitos gerais do HWG continuam ocupados. "É uma redução importante, sobretudo por se tratar de excedente. Só não é total devido a escassez de leitos na rede SUS conveniada e dificuldades de contratação das particulares", observa a diretora médica do HWG Lucineide Pereira.

O trabalho, explica o coordenador Estadual das Urgências e Emergências (Samu Metropolitano) Luiz Roberto Fonseca, consiste na classificação de risco, após anamnese (entrevista e avaliação de sintomas) feita por dois médicos do Samu Metropolitano, bem como no referenciamento dos pacientes para os locais adequados, de acordo com a gravidade do caso.Somente os casos graves de urgência e emergência são atendidos no Hospital.

O serviço de classificação já existia "de forma precária", segundo o coordenador, e os servidores da classificação estão na prática sendo capacitados pelos médicos do Samu "para que o trabalho continue quando voltarmos às ruas", acrescenta Luiz Roberto. A regulação na porta feita pelo Samu será realizada até o final deste mês.

O coordenador estima por dia o encaminhamento de 90 a 120 casos de baixa e média complexidade para a rede básica ou pronto-atendimentos do município.

A liberação dos corredores contou ainda com a antecipação de exames clínicos e de imagem. Boa parte dos pacientes internados em macas, explica Ednice Souza do Cohur, dependiam de exames, alguns agendados para até 30 dias, para fechar diagnóstico ou dar outros encaminhamentos. "Conseguimos resolver em 24 horas, num esforço conjunto", afirma. Os pacientes em condição de internação domiciliar também foram removidos e serão acompanhados em casa, por equipes do PSF.

O secretário estadual de saúde pública Domício Arruda admite que o conjunto de ações para agilizar a rotatividade dos leitos poderiam ter sido adotadas antes. "Foram feitas diversas tentativas para organização do fluxo". O novo modelo, explica o secretário, obedece determinação do Ministério da Saúde, que identificou, como afirma Arruda "ser a regulação dos leitos o problema de maior urgência no hospital", conta Domício Arruda.

Entre 17 e 20 de janeiro, o HWG foi visitado por técnicos do Ministério da Saúde, para inserção do hospital na rede SOS Emergência. O programa prevê a criação de 100 leitos de retaguarda e 25 de UTI.fonte tribuna do norte

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