domingo, 22 de junho de 2014

Artesãos caraubenses e da região são destaques em documentário da UFRN


Promovendo o artesanato potiguar, equipe formada de alunos, professores e técnicos do Departamento de Artes (Cursos de Artes Visuais e de Design) da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, estiveram em Caraúbas nos dias 19 e 20 de junho, fazendo gravações para uma série de documentários em vídeo. Estes compõem o projeto “Vernáculo” que tem por objetivo mapear, estudar e promover a arte popular e o artesanato dos diferentes municípios do Estado.

Com apoio da Prefeitura Municipal de Caraúbas, que auxiliou com levantamento de informações e na constatação de artistas locais que trabalhem com o artesanato “raiz”, onde as técnicas e materiais são de origens próprias do artesão e da região. Com determinação do Prefeito da cidade, Ademar Ferreira, foi aproveitado à ocasião para fazer o cadastramento dos artesãos e assim realizar no futuro próximo possíveis incentivos na manutenção das atividades culturais.
Seguindo viagem pela região da “Várzea”, foi encontrada diversas famílias que aproveitam a palha da carnaúba para a confecção de vassouras, esteiras, chapéus, e até gaiolas. A senhora Maria Lucinete Ferreira, residente no sítio “Pedrês” tem a habilidade de produzir vassouras. Mostrou o passo a passo em sua montagem, que hoje não executa com tanta constância graças a outras atividades que acabam por gerar mais renda para a família.
Mais adiante, já no município de Apodi/RN, na comunidade da “Pindoba”, a equipe do Vernáculo teve a oportunidade de conhecer um grupo de mulheres que fazem potes, panelas, jarros, entre outros utensílios para a cozinha e decoração do lar, através da argila muito rica da região. As primas Miriam Bezerra e Maria Rita mostraram um pouco da produção de suas peças, desde a preparação do barro até a forma que é colocada o objeto final na fornalha para o devido cozimento. Segundo elas, toda a produção é vendida facilmente, as encomendas são constantes atendendo clientes por toda a região.
“Tenho muito orgulho de ser ‘loiceira’, aprendi isso com minha mãe e sustento toda minha família com isso, ainda pretendo passar muitos anos fazendo minhas peças”, destacou Miriam.
O projeto Vernáculo ainda constatou outra artesã que utiliza o barro para fazer arte, dessa vez na “cidade baixa” em Felipe Guerra/RN. Maria do Socorro Rosário, tem um diferencial das demais artistas localizadas, ela produz bonecos e jarros com caráter mais decorativo, peças com grande riqueza em detalhes. Segundo a artesã, sua grande dificuldade hoje é seu grave problema de saúde na coluna cervical, que dificulta que produza suas obras constantemente.
No retorno a Caraúbas, dentro do perímetro urbano, no bairro Leandro Bezerra, foi constatado o trabalho do senhor José Sergio da Silva, mais conhecido por “Zé de Sergio” ou “Zé da Sola”, artesão do couro que realiza desde o preparo da matéria prima até a produção de peças como cintas, chicotes, coleiras, entre outros artigos para o uso em animais do campo e até mesmo para o homem.
“Eu gostaria muito que os jovens se dedicassem a esse trabalho, já tentei ensinar aos meus filhos, mas eles acham muito difícil e só me ajudam no acabamento das peças”, disse Zé da Sola, único artesão de couro da cidade segundo os populares.
Para conhecer não só histórias do oeste potiguar, mas de outros cantos do estado, o projeto Vernáculo tem disponível o site oficial (vernáculo.ufrn.br) com histórias em textos, fotos e vídeos, além do mapeamento de onde pode ser encontrados os artesãos espalhados pelo Rio Grande do Norte


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