Promovendo o artesanato potiguar, equipe formada de alunos, professores e
técnicos do Departamento de Artes (Cursos de Artes Visuais e de Design)
da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, estiveram em
Caraúbas nos dias 19 e 20 de junho, fazendo gravações para uma série de
documentários em vídeo. Estes compõem o projeto “Vernáculo” que tem por
objetivo mapear, estudar e promover a arte popular e o artesanato dos
diferentes municípios do Estado.
Com apoio da Prefeitura Municipal de Caraúbas, que auxiliou com
levantamento de informações e na constatação de artistas locais que
trabalhem com o artesanato “raiz”, onde as técnicas e materiais são de
origens próprias do artesão e da região. Com determinação do Prefeito da
cidade, Ademar Ferreira, foi aproveitado à ocasião para fazer o
cadastramento dos artesãos e assim realizar no futuro próximo possíveis
incentivos na manutenção das atividades culturais.
Seguindo viagem pela região da “Várzea”, foi encontrada diversas
famílias que aproveitam a palha da carnaúba para a confecção de
vassouras, esteiras, chapéus, e até gaiolas. A senhora Maria Lucinete
Ferreira, residente no sítio “Pedrês” tem a habilidade de produzir
vassouras. Mostrou o passo a passo em sua montagem, que hoje não executa
com tanta constância graças a outras atividades que acabam por gerar
mais renda para a família.
Mais adiante, já no município de Apodi/RN, na comunidade da “Pindoba”, a
equipe do Vernáculo teve a oportunidade de conhecer um grupo de
mulheres que fazem potes, panelas, jarros, entre outros utensílios para a
cozinha e decoração do lar, através da argila muito rica da região. As
primas Miriam Bezerra e Maria Rita mostraram um pouco da produção de
suas peças, desde a preparação do barro até a forma que é colocada o
objeto final na fornalha para o devido cozimento. Segundo elas, toda a
produção é vendida facilmente, as encomendas são constantes atendendo
clientes por toda a região.
“Tenho muito orgulho de ser ‘loiceira’, aprendi isso com minha mãe e
sustento toda minha família com isso, ainda pretendo passar muitos anos
fazendo minhas peças”, destacou Miriam.
O projeto Vernáculo ainda constatou outra artesã que utiliza o barro
para fazer arte, dessa vez na “cidade baixa” em Felipe Guerra/RN. Maria
do Socorro Rosário, tem um diferencial das demais artistas localizadas,
ela produz bonecos e jarros com caráter mais decorativo, peças com
grande riqueza em detalhes. Segundo a artesã, sua grande dificuldade
hoje é seu grave problema de saúde na coluna cervical, que dificulta que
produza suas obras constantemente.
No retorno a Caraúbas, dentro do perímetro urbano, no bairro Leandro
Bezerra, foi constatado o trabalho do senhor José Sergio da Silva, mais
conhecido por “Zé de Sergio” ou “Zé da Sola”, artesão do couro que
realiza desde o preparo da matéria prima até a produção de peças como
cintas, chicotes, coleiras, entre outros artigos para o uso em animais
do campo e até mesmo para o homem.
“Eu gostaria muito que os jovens se dedicassem a esse trabalho, já
tentei ensinar aos meus filhos, mas eles acham muito difícil e só me
ajudam no acabamento das peças”, disse Zé da Sola, único artesão de
couro da cidade segundo os populares.
Para conhecer não só histórias do oeste potiguar, mas de outros cantos
do estado, o projeto Vernáculo tem disponível o site oficial
(vernáculo.ufrn.br) com histórias em textos, fotos e vídeos, além do
mapeamento de onde pode ser encontrados os artesãos espalhados pelo Rio
Grande do Norte
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