Natal concentrou 2,7% do total gasto por turistas estrangeiros durante a
Copa do Mundo no Brasil, de acordo com levantamento divulgado ontem
pela Cielo, empresa credenciadora de lojistas para a captura de
transações com cartões de débito e crédito. Os dados mostram que a
participação natalense quase dobrou em relação a 2013, quando ficou em
1,4%, e que ficou à frente das alcançadas por outras três cidades-sedes
dos jogos: Curitiba (2,4%), Manaus (2,3%) e Cuiabá (1,2%).
Vicente EstevamTuristas durante a Copa em Natal: a cidade recebeu quatro jogos na Arena das Dunas e viu crescer a movimentação financeira
“A
diversificação geográfica de gastos de turistas estrangeiros foi um dos
legados da Copa”, disse a companhia, em nota. Os números divulgados
ontem mostram alta nesse indicador em praticamente todas as cidades-sede
dos jogos na comparação com o mesmo período de 2013. A exceção fica por
conta do Rio de Janeiro e de São Paulo, que tradicionalmente recebem a
maior parte dos gastos de estrangeiros e tiveram queda no percentual de
participação.
As duas cidades concentraram 66,8% dos gastos de
turistas de fora do país durante a Copa. Esse percentual é menor em
12,4 pontos percentuais se comparado com o mesmo período de 2013, quando
ambas as cidades representavam, juntas, 79,2% de todo o volume de
pagamentos de turistas de outros países.
Atrás de Rio e São
Paulo, Brasília concentrou 5,7% dos gastos de turistas internacionais na
Copa, seguida de Salvador (4,7%) e Belo Horizonte (4,2%). No fim do
ranking está Cuiabá, com 1,2% de participação. Ainda assim, a capital do
Mato Grosso triplicou seu desempenho em relação a 2013, quando, no
mesmo período, obteve 0,4% de participação em gastos de turistas
estrangeiros no Brasil.
QuedaO levantamento também
identificou uma queda de 7,2% no gasto médio dos estrangeiros em cada
compra durante a Copa do Mundo, na comparação com os cinco primeiros
meses do ano. Os turistas que visitaram o país de janeiro a maio
gastaram, em média, R$ 260 por compra, enquanto aqueles que vieram para o
torneio registraram um ticket médio de R$ 241. Os dados consideram
todo o volume gasto por estrangeiros no país de 12 de junho a 8 de
julho.
“A queda está diretamente relacionada ao foco dos gastos.
Bares e Restaurantes, setor em que tradicionalmente o ticket médio é
menor, foi o que mais concentrou gastos de estrangeiros durante a Copa,
representando 38 de cada 100 compras feitas no país”, afirma Gabriel
Mariotto, gerente da área de Inteligência da Cielo.
Os holandeses
registraram o maior ticket médio durante os jogos. Eles gastaram R$ 446
em cada compra. Logo atrás deles estão outros europeus: os suíços
desembolsaram, em média, R$ 416 por compra no comércio brasileiro. Na
outra ponta da lista, os precocemente eliminados espanhóis gastaram R$
174 em cada compra feita no Brasil, deixando os argentinos na lanterna,
com uma média de R$ 127.
Os norte-americanos foram os que
tiveram maior participação no total dos gastos de estrangeiros: de cada
R$ 100 em compras no país, R$ 25 vieram de turistas dos Estados Unidos.
Em seguida vêm Reino Unido e Argentina, com 5,8% e 5,2% de
participação, respectivamente.
Colombianos, mexicanos e chilenos
contribuíram em peso para as vendas do varejo brasileiro durante a
Copa. Os turistas da Colômbia foram responsáveis por 4,7% do total gasto
por estrangeiros no período, seguidos de perto pelos visitantes do
México, com 4,4% de participação. Já os chilenos responderam por 3,1%.
A
Cielo captura as transações das cinco maiores bandeiras de cartões do
mundo: Visa, MasterCard, American Express e Diners Club International,
além da JCB (Japan Credit Bureau). Ontem, não havia detalhamento
disponível sobre o gasto médio e por nacionalidade em cada cidade-sede.
Natal recebeu quatro jogos da Copa, na Arena das Dunas: México
e Camarões; Gana e Estados Unidos; Grécia e Japão e Uruguai e Itália.